![]() JÚLIO BUENO A violência no Brasil já ha muito tempo passou daquilo que poderíamos dizer ser o tolerável. Os assustadores números falam em mais de 60 mil assassinatos por ano, sem contar mortes em decorrência de outros crimes e que acabam não entrando nas estatísticas. Diante desse quadro é fácil entender que a vida no Brasil é algo de valor relativo. Neste país a vida humana está associada apenas com o aspecto material, a sobrevivência dos instintos mais primitivos, selvagens. Mata se por pouca coisa, por um tênis, por um lanche ou pelo prazer de se ver eliminar uma outra pessoa. O sentido de transcendência da vida que a existência concede, organicamente, aos seres civilizados, no Brasil é ainda algo restrito a poucas pessoas, criadas no seio da mais tradicional herança ocidental (coisa que não há em grande parte do país). Entretanto, em São Paulo, graças a sua formação, ainda é possível observar o espírito da honra, da conquista, do desbravar e do civilizar. O Paulista não empreende só naquilo que pertence ao campo físico, material, mas naquilo que é espiritual e civilizacional. A essência moral dos povos separa São Paulo do Brasil. É irreconciliável. Essa negação macabra da vida se demonstra ainda pela maneira que no Brasil se encara um problema muito citado mas pouco compreendido, a corrupção. A Lei de Gerson é a máxima do Brasil por excelência. A justiça ou a honra nada são diante da vil cobiça. Aproveitar-se de qualquer um, seja o pobre, o órfão, a viúva é um dever pátrio, diante do qual aquele não cumpre entra, com louvor, ao rol dos trouxas. A moral do Brasil não é apenas tolerante com a corrupção mas também a estimula. É preciso levar vantagem em tudo! O Paulista velho, era por sua vez, familiar, justo, honrado e reto. No século XIX, viajantes estrangeiros diziam que o Paulista tinha um aspecto diferente dos demais povos encontrados no Brasil, exatamente por seu senso de adequada retidão e observância ao dever. Ainda hodiernamente vemos que é o Paulista que mais se indigna em relação à corrupção que assola tanto o setor publico como o privado no Brasil. Todas as grandes manifestações de oposição ao governo, à demagogia e ao populismo (grandes promotores da corrupção institucionalizada) tem início e mostram o seu peso verdadeiro em São Paulo. A corrupção ceifa vidas e como neste país a dignidade humana e a vida são valores de segunda categoria, corruptos e corruptores não vêem motivos para cessarem suas imorais práticas. Enquanto os paulistas querem a lei e a ordem, que geram a vida, o Brasil quer a sujeira e a anarquia que levam à morte. São Paulo sofre pela insensatez brasileira. *O autor é presidente do MSPI
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Julho 2019
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