JÚLIO BUENO
Em uma área atual de quase 250 mil km2 vive o povo Paulista. Outrora o nosso território já teve extensões bem maiores, ocupando áreas nas quais hoje estão os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. São Paulo mudou, territorialmente, pela ação reorganizadora da coroa portuguesa, de acordo com seus interesses econômicos, depois, da coroa bragantina, do Rio de Janeiro, no século XIX, onde São Paulo teve a sua última redução de território, quando o Paraná se separou de nós. Mesmo com essas perdas de território, ainda mantemos uma vasta área, que possui um relevante papel na composição econômica, social e cultural de nossa nação paulista. Certamente o interior paulista é guardião de grandes riquezas de nossa ancestralidade, de nossa cultura de raiz, que nos faz lembrarmos dos velhos paulistas que criaram uma vistosa civilização em meio aos sertões, antes povoados somente por feras e por índios. O povo paulista que guarda toda essa herança é portador de um privilégio que outros tantos milhões de paulistas, habitantes de grandes regiões metropolitanas, não são capazes de entender em sua totalidade, por que há muito já foram apartados da influência direta desses fatores. A cultura paulista é única. É aquela que formou um núcleo básico e primordial de valores, que influenciam, perenemente até hoje a todo o paulista, seja ele habitante da cidade que for. O elemento mais valioso da cultura não são as manifestações artísticas, mas os valores e sentimentos que motivaram os seus autores a se expressarem daquela maneira. Somos filhos de uma cultura mediterrânea, especialmente ibérica. De uma cultura cristã, marcadamente católica. Herdeiros de uma ordem tradicional, que foi forjada por uma vida de guerra e luta constante, seja contra o mouro em Ibéria, seja contra o indígena na América. Herdamos também um espírito de empresa, incomparável a qualquer outro povo ibero-americano. Estes são valores são propriamente nossos. O paulista é a síntese humana desses valores. Se existem outros valores que posteriormente agregados por outros grupos humanos que em São Paulo adentraram, estes focaram-se na região da capital paulista, tendo influenciado muito menos o nosso interior, que ainda preserva grande parte desses valores tradicionais. Toda a cultura é viva e vive absorvendo influências estrangeiras, boas e ruins. Cabe aos portadores da melhor cultura, dos melhores valores,saberem ter o correto discernimento, para poder separar o joio do trigo. Nas regiões metropolitanas, por suas próprias dinâmicas, esse discernimento não foi corretamente feito. Nos sertões paulistas a situação foi outra e é por isso que ele merece ser reverenciado por todo o paulista, por ser guardião da mais pura essência bandeirante. Viva o caipira! *Professor e presidente do MSPI
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Julho 2019
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