![]() VINICIUS HENRIQUE SIMÕES Os movimentos separatistas tem sido associados a subversão, revolução e esquerda ao longo do tempo, ou à ideologia libertária. Gostaria de mostrar que separatismo está mais próximo do conservadorismo. Primeiro devemos nos perguntar qual o motivo dos separatistas serem associados a esquerda. A razão é que um discurso muito forte dentro dos movimentos é o da exploração econômica em detrimento ao país a que pertence. Existem pessoas que confundem este argumento com o conceito de luta de classes marxista. Outros também veem alguns movimentos separatistas como sendo de vertente revolucionária e associam ao marxismo, mas separatismo não é só economia, e é ai que os libertários também pecam pois querem se separar só para aumentar sua individualidade. Separatismo é mais que economia ou política, é também resgate histórico. É olhar para o passado. Se cada vez que argumentarmos pela separação fomos dizer somos roubados em impostos, o inimigo pode argumentar que uma melhor distribuição tributária resolveria, porém se argumentarmos que estamos resgatando nosso passado, cultura, valores, que queremos nos auto governar, pois somos um povo de cultura e ética diferentes, o inimigo não pode contra-argumentar. Agora, afinal o que separatismo tem a ver com conservadorismo? Para responder esta pergunta temos que entender o que é ser conservador. Em discurso no parlamento alemão, o Papa Bento XVI falou sobre a construção da cultura ocidental, disse Bento XVI : “Aqui deveria vir em nossa ajuda o patrimônio cultural da Europa. Foi na base da convicção sobre a existência de um Deus criador que se desenvolveram a ideia dos direitos humanos, a ideia da igualdade de todos os homens perante a lei, o conhecimento da inviolabilidade da dignidade humana em cada pessoa e a consciência da responsabilidade dos homens pelo seu agir. Estes conhecimentos da razão constituem a nossa memória cultural. Ignorá-la ou considerá-la como mero passado seria uma amputação da nossa cultura no seu todo e privá-la-ia da sua integralidade. A cultura da Europa nasceu do encontro entre Jerusalém, Atenas e Roma, do encontro entre a fé no Deus de Israel, a razão filosófica dos Gregos e o pensamento jurídico de Roma. Este tríplice encontro forma a identidade íntima da Europa. Na consciência da responsabilidade do homem diante de Deus e no reconhecimento da dignidade inviolável do homem, de cada homem, este encontro fixou critérios do direito, cuja defesa é nossa tarefa neste momento histórico.” Podemos constatar a partir da fala do Papa que ao longo dos séculos foram construídos valores no Ocidente em cima deste tripé Jerusalém, Atenas e Roma. Se equipararmos o desenvolvimento da Civilização Ocidental com outras partes do mundo em que não se tinha conhecimento desses valores, podemos constatar barbárie e crueldade, ressalta Scantimburgo : “Insistimos na tese,segundo a qual Portugal não colonizou no sentido que a palavra revestiu no século XIX,mas civilizou o Brasil.” Não entrando em discussões históricas, nem estabelecendo paralelos, o importante é destacar que a Civilização Ocidental foi construindo valores morais e éticos, como a defesa da vida, defesa da família, e a entrega à nação. A história mostra que quando esses valores são esquecidos ou renegados, a civilização volta ao estado de barbárie, como por exemplo no caso dos índios que cometiam canibalismo e assassinavam suas crianças, ou na Revolução Francesa em que foram destruídas as igrejas e houve um genocídio. No século XX temos as ditaduras comunistas, regimes ateus, que demonstraram isso. No século XX se tornou evidente a crise em cima desses valores, prenunciado pelo Professor Plínio Correia de Oliveira. Em sua obra mais famosa, “Revolução e contra Revolução”, o professor ensina que existe uma “crise” que esta abalando o mundo atual em diversos setores, que é a decadência do homem ocidental, Europeu e Cristão, e como já vimos, quando os valores construídos pela Civilização Ocidental durante séculos são esquecidos temos uma tendência a voltar a barbárie. Mas podemos nos perguntar a quem interessa que tornemos a civilização conhecida em caos. Essa resposta se torna evidente quando lemos os escritos de Karl Marx, pensador do século XIX. Ele em seu panfleto “Manifesto do Partido Comunista” prega a destruição dos valores, considerados por ele como da burguesia, como por exemplo o cristianismo e a família, propondo no lugar um regime utópico que não teria ordem, nem estado, portanto a partir daí entendemos a quem atendem os interesses de destruição da família e da religião, através da militância gay, feminismo, e todas as ramificações do marxismo cultural, provocando o caos ético e cultural e provocando o ódio nessas minorias. Portanto voltamos a pergunta inicial: o que é ser conservador? Ser conservador é defender os valores da Civilização Ocidental, o direito a vida, a justiça, a propriedade privada, e também a defesa da família tradicional, que é a base de tudo. Defesa do trabalho individual como meio para conquistar riquezas. Então chegamos a seguinte conclusão: a Causa pela Independência Paulista deve ser alinhada ao conservadorismo, por enxergarmos que separatismo é uma invocação ao passado, a valores, a uma ética que foi construída. Também devemos seguir o conservadorismo para não dar espaço ao caos civilizacional e ético que o marxismo planeja impor, conservando a moral a ética e a cultura judaico cristã. *O autor é professor de História e associado do MSPI.
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Julho 2019
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