![]() Júlio Bueno Tenho notado em postagens de pessoas de várias orientações ideológicas no Facebook, normalmente jovens de 18 a vinte e poucos anos, que por simpatizarem por uma ou outra ideia de uma determinada doutrina política, acabam comprando o lote todo de teses defendidas por esses grupos políticos. Vejamos um exemplo: ao defender o regime liberal para a economia, chega-se por um caminho ou outro a conclusões tais como "o capitalismo apoia a maconha" ou "eu sou proprietário do meu corpo, logo faço o que quiser com ele, sem nenhuma restrição". Do liberalismo econômico ao histerismo caótico é um pulo para muitos. Doença infantil? Nós separatistas temos que começar a olhar as coisas de uma maneira mais ampla e ao mesmo tempo mais sistemática. O que leva a essa juventude, relativamente politizada, a abraçar uma série de teses, sendo que inicialmente era apenas um o foco de seu interesse, fosse o econômico ou moral? Eu ameaço a propor uma hipótese: mero sentimento grupal. Segundo João Camilo de Oliveira Torres, historiador mineiro já falecido e esquecido sistematicamente pelos professores universitários, toda a doutrina política carrega junto a si uma carga ideológica. Essa carga ideológica é o dogma, a quase afetividade em relação ao conjunto de ideias propugnada pela tal doutrina política, ou, em última instância, um histerismo repetitivo, com fins de auto convencimento. Essa carga ideológica será, via de regra, predominante entre aqueles indivíduos amplamente carentes de uma maior participação em grupos sociais diversos, logo, se há um grupo que partilhe de pelos menos uma ideia social, política ou econômica igual a sua esse indivíduo, por um espírito quase que de massa, acaba se incorporando, ainda mais quando esse grupo propõe uma solução geral para os problemas da sociedade: acabar com os problemas na economia, com a má distribuição de renda, com os problemas na saúde e educação, com a opressão - seja do empresário patrão ou do governo mandão, enfim, as soluções defendidas podem ajudar e muito na auto-fabricação de ideologia afetiva. Ora, não podemos é perder o trem, mesmo que o peguemos apenas pela rabeira e pouco a pouco caminhemos por dentro rumo a locomotiva. O separatismo embora não seja em si uma doutrina política, pois é apenas um elemento que pode estar ou não dentro de uma doutrina política, pode sim ser revestido de uma carga ideológica, ou seja, afetiva, capaz de manter sempre viva na mente de nossos militantes essa ideia, ao ponto de no momento em que lhe perguntarem "qual é a sua ideologia" nosso camarada responda com plena convicção: "sou separatista!".
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![]() Como a esquerda cultural promoveu uma revolução no Brasil sem fazer um único motim? Muito de toda a transformação que no Século XX passou o Brasil se deve a ação da esquerda política, e sobretudo, cultural. A atuação cultural veio a se acentuar a partir da década de 1960. Percebeu-se que seria impraticável fazer uma revolução nos moldes cubanos (guerrilha urbana e principalmente rural) e menos ainda no modelo consagrado em outubro de 1917. A solução, saída do mais puro útero do marxismo, foi minar as bases culturais e morais da sociedade, como promoveu o agitador e terrorista italiano Antonio Gramsci. A esquerda acadêmica e mesmo política, que foi parida pelos anos 60 foi, e ainda é, um misto de marxismo cultural, com elementos de vitimismo colonialista, expressando um nacionalismo transviado, construído com altas doses de ufanismo pós-getulista e uma revolução feita a partir da destruição das elites culturais e intelectuais. Nada mais característico ao continente americano dessa época. Essa junção de marxismo cultural e nacionalismo barato fez a cabeça da inteligentsia dita nacional, e até hoje seu espectro assombra todas as pessoas de pensamento independente na academia e fora dela. Chegamos a segunda década do segundo milênio. Hoje vemos os frutos de amplos anos de ação revolucionária subterrânea, a chamada subversão. Os movimentos sociais de hoje não são mais iguais aos de uma década atrás. Ou melhor, a aceitação desses movimentos por parte da juventude, que quer, segundo o ímpeto rebelde característico sempre mudar o mundo, mesmo que seja apenas pelo fato de se achar que é tempo de mudar (as condições e a funcionalidade real nunca são levadas em conta) não é mais a mesma. Fala-se hoje no ativismo autoral, no qual não é necessário mais a força dos movimentos sociais tradicionais, dos sindicatos, das associações religiosas progressistas, dos movimentos de reivindicações e conquistas sociais da sociedade. Segundo essa tese as pessoas sabem hoje muito bem o que cobrar do Estado, sabem reclamar por seus direitos, utilizando-se das novas tecnologias de comunicação social, para promover novas maneiras de participação adequadas a realidade da vida de hoje. É uma democracia 2.0! A grande questão que deve ser colocada é que direitos são esses supostos que hoje tanto se ouve falar. Quais são as bandeiras de luta e revolta desses ativistas contemporâneos? São essas bandeiras firmadas em valores universais, como a defesa inconteste a vida humana ou direito a igualdade jurídica? Certamente a resposta não será afirmativa. Os protestos que acompanhamos a pouco tempo, tirando uma bandeira tipicamente utilitária, a da melhoria da prestação de um serviço público - não estatal- essencial, o transporte coletivo e o caso da PEC 37, extremamente polêmico e sobre o qual 98% dos manifestantes seriam incapazes de explicá-lo e menos ainda em dizer com firmeza por que eram contrários ao mesmo, foi recheado de causas que dizem respeito somente aos direitos das "minorias", ou seja, os grupos eleitos pela esquerda cultural, aquela mesma a qual fiz anterior explicitação, para serem os bastiões da "nova democracia", para serem a vanguarda revolucionária digital, em nome das cotas nas universidades, dos sacrossantos direitos envolvendo práticas sexuais entre aqueles do mesmo sexo - e em breve da pedofilia, da defesa do fim da conceito de família, da anarquização dos valores morais e, por conseguinte, da própria lei. Em meio a tudo isso, há, sempre vivo, aliás, mais do que nunca, um sentimento de apego aos símbolos patrióticos, que são laicos aliás, pois essa turma da nova democracia detesta tudo o que envolve qualquer organização e manifestação religiosa séria, e por necessidade humana de se encontrar símbolos a se agarrar vão de encontro a bandeira brasileira, que carrega consigo uma carga ideológica construída nos valores que a própria esquerda cultural começou, lá atrás, a construir: um país de gente fraterna, de pessoas de valor, que sabem se unir na hora certa. Cite-se que, pessoalmente, tenho muita dificuldade em reconhecer, pois segundo aquilo que qualquer um que não esteja padecendo de um histerismo patológico grave pode ver: o Brasil como o país mais violento do mundo, onde morrem, por mortes violentas, mais do que 50 mil pessoas por ano (o Iraque em dez anos de conflito bélico teve perdas de menos de 200 mil pessoas, entre civis e militares), ainda este é o país convive diariamente com inúmeras formas de corrupção e falta de ética, entre a esfera pública, privada e individual, claro, ainda é necessário dizer que as pessoas por aqui reconhecem a maior demonstração de civismo e nacionalidade justamente nos jogos de futebol. Esse ativismo do Século XXI, apontados por iluminados intelectuais, somente serve aos interesses da própria esquerda, que hoje não necessita mais da mesma intensidade de agitação e subversão social, praticadas por décadas em São Paulo e no Brasil através dos sindicatos e dos ditos movimentos sociais. As mentes hoje são o instrumento generalizado da revolução. Aprendamos colegas, teremos que subverter o atual espírito vigente na mente da mocidade de São Paulo. Cooptar as formas de indignação e direcioná-las ao governo da União deve ser nossa missão. FONTES: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-03-17/guerra-do-iraque-contabiliza-174-mil-mortes-em-dez-anos http://reporterbrasil.org.br/2009/01/violencia-no-brasil-50-vezes-mais-mortos-que-na-faixa-de-gaza/ ![]() Artigo de Tiago Bolivar, para a Liga de Defesa Paulista Há um velho casarão, dos tempos da escravatura, enorme e com aspecto de abandonado, assentado em um lugar bastante belo e verde, de frente para o mar. Sua história merece ser contada. A construção do casarão foi muitíssimo tumultuada, assim como ocorreu com os outros casarões, casas e casebres ao redor. Chegaram forasteiros, que, logo depois de apossarem-se de terra alheia, passaram a construir o casarão. Não foi uma construção organizada. Nunca houve uma planta, nunca se viram papéis que orientassem o crescimento daquele edifício. Ele apenas ia crescendo, conforme os donos do lugar sentiam a necessidade de construir novos cômodos. Acontece que o casarão ficou tão imenso, que nele dividiam espaço pessoas de todos os tipos, nem sempre aparentadas entre si. E nele moravam escravos, empregados, parentes dos donos, etc. A família que possuía o casarão, que não era, nem nunca foi, um exemplo de honestidade e bom caráter, resolveu enriquecer ainda mais, aproveitando-se daqueles que habitavam debaixo de seu teto, chamando novos hóspedes para ocupar aposentos vagos, e cobrando de todos taxas abusivas. E com o passar do tempo, os mandos e desmandos dos donos do casarão só faziam aumentar. Os hóspedes sentiram que eram mais prisioneiros que moradores do casarão, e, não tendo para onde fugir, e nem querendo abandonar os aposentos que tinham decorado e organizado às custas de muito suor, muitos tentaram organizar-se em grupos para combater a tirania da família aristocrata. Quando isso acontecia, os capatazes eram chamados para invadir à força os aposentos trancados dos rebeldes, e arrancar deles bens materiais, e espancá-los. Quantos desses hóspedes rebeldes não 'desapareciam' misteriosamente... Na década de 1960 a família proprietária construiu aposentos novos para si própria, bem no centro do casarão mofado. Fizeram uma ala ultra moderna e se mudaram para lá, de onde vigiavam tudo e controlavam os 'hóspedes' com mão de ferro. Fazer algo por aquela gente, nunca faziam. Os quartos da ala norte, por exemplo, sofriam muito com falta d'água, por problemas no encanamento. A coisa era muito simples de ser resolvida, mas não convinha aos donos do casarão solucionar a vida daqueles habitantes dos quartos da ala norte. Era a ocasião perfeita para aumentar os aluguéis dos quartos da ala sul, sob o pretexto de que o dinheiro seria usado para consertos e melhorias no próprio casarão. Mas não se via melhoria alguma, e os quartos da ala norte continuavam com suas torneiras mais secas do que nunca. Agora é a hora da ação definitiva, em que todos os hóspedes-prisioneiros, sabedores do real teor de podridão que domina o casarão, desejam se libertar do jugo da família opressora. Tomaram consciência que os aposentos são muito mais seus do que dos aristocratas exploradores, e preparam o dia da liberdade, quando poderão andar com as próprias pernas, cada qual no próprio ritmo, sem dever nada a ninguém, sem estar acorrentado a nada. Os habitantes da ala sul do casarão estão se organizando rapidamente. Não foi apagada da memória daquelas pessoas a lembrança das tentativas anteriores de se dar um basta à exploração. Antigos ocupantes daqueles cômodos já haviam lutado contra a família opressora lá por volta de 1830-40, e o amigo Paulo ainda mostra as cicatrizes que leva em seu corpo cansado de guerra, quando tentou se libertar em 1932. Mas nada disso amedronta aquelas pessoas. Elas querem morar em uma casa própria, junto com os hóspedes com os quais têm algumas afinidades. Eles estão prontos para reformar aquelas paredes e morar em uma casa menor, mais moderna, limpa, com pintura nova, e com um ar saudável. Estão prontos para fazer essa mudança há séculos, mas a canalhice da família dominadora mantém suas mãos atadas. Não podem fazer nada enquanto estiverem unidos a ela. Acompanhemos com esperança e alegria a luta sagrada dessas pessoas que moram no casarão velho e mofado. Pois veremos nascer uma habitação nova, que será a jóia dentre todas as outras construções ao redor. A história continua, e está sendo escrita neste exato momento, por todos nós. ONDE É MAIS FÁCIL VIGIAR OS RATOS? EM UM CASARÃO IMENSO, VELHO E IMUNDO, PELO QUAL NINGUÉM NUTRE SIMPATIA ALGUMA, OU EM UMA CASA MENOR E MODERNA, CUJOS MORADORES TENHAM EMPENHO EM LIMPÁ-LA, ARRUMÁ-LA E ATUALIZÁ-LA PARA O FUTURO? *Thiago Bolivar é paulista de Indaiatuba e simpatizante do movimento. ![]() Júlio Bueno Uma teoria que fica apenas na teoria carece de qualquer sentido prático de existência, assim como uma mera ação sem aquela parte fundamental que se encarrega da análise e do estudo das causas e dos motivos de tal ação se torna uma ação "manca". Prática e teoria precisam ser combinadas, como bem a história nos mostra terem dessa maneira agido muito bem todo o movimento socialista-comunista internacional. Sempre haverá a vanguarda revolucionária, que serve como a liderança espontânea que surge entre os acontecimentos, mas para que essa vanguarda seja eficaz naquilo que propõe é necessário que ela saiba exatamente o por que de sua luta. No caso separatista há apenas um ideal forte o suficiente para dar sentido a toda a ação, e esse ideal é a crença do direito supremo de autodeterminação e soberania do Povo Paulista, rumo a secessão de nosso Estado em relação ao Brasil. Tendo em mente esse claro objetivo, não podemos nos perder em torno de projetos vazios, que querem deturpar a ideia original de toda a ação separatista. A melhor arma contra esse vazio é a preparação intelectual. Somente uma ação intelectual, capaz de prepara-nos teoricamente, livrará nossas mentes de qualquer pedra no caminho da ação, verdadeiramente revolucionária, da vanguarda separatista paulista. Júlio Bueno
Ontem, segunda-feira, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sociólogo de renome, deu uma longa entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, cujo foco principal foi a apresentação de seu novo livro, voltado a analisar o pensamento dos intelectuais que pensaram e ajudaram a construir o mito brasileiro. De Joaquim Nabuco a Florestan Fernandes. O presidente apontou que hoje, na academia, há uma falta, uma profunda escassez de ensaios, que venham tentar entender o Brasil. Inúmeros foram os autores que no século passado escreveram obras e dedicaram suas carreiras a tentar interpretar o Brasil e pensar propostas para as soluções do país. Vários, entre eles podemos citar: Gilberto Freyre, Oliveira Vianna, Vianna Moog, Paulo Prado, Caio Prado Júnior, no século XIX Joaquim Nabuco, Alberto Torres e Eduardo Prado. A lógica para compreender essa falta de novos ensaios para compreender o Brasil, segundo FHC, se deveria justamente ao fato de finalmente ter se consolidado a identidade brasileira. Logo, subentende-se, primeiro, que essas teses interpretativas estiveram longe de ser neutras, servindo ao propósito político claro, de procurar dar uma "cara" ao Brasil, uma cara que multiforme do Oiapoque ao Chuí, foi sendo pouco a pouco, com o auxilio da mídia, fixada na mente e no espírito de extensa maioria da população luso americana. Nesse sentido, pouco importa se a cara do Brasil é aquela pintada por Paulo Prado em "Retrato do Brasil", negativa e melancólica, ou a de Gilberto Freyre em "Novo Mundo nos Trópicos", exaltada, positiva e ufanista. Em todos os casos é foco a construção do discurso da brasilidade, através da repetição contínua da ideia do país uno e indivisível, com uma cultura padrão de um extremo geográfico a outro, com variações meramente superficiais. Práxis e Teoria não podem andar separadas, já nos ensinaram as cabeças pensante da ideia revolucionária marxista no Século XIX e XX. Nesse sentido, nós separatistas, que para além de nosso amor declarado a nosso torrão natal, o histórico "País dos Paulistas", temos que ter um compromisso dedicado com a milícia da verdade, não nos coadunando jamais com esse determinismo imposto há mais de um século, que tem por propósito destruir a cultura e as tradições do povo de São Paulo. Desconstruir doutrinariamente o mito da nacionalidade brasileira e também da brasilidade é nosso dever, pois é, antes de uma ação de amor a São Paulo e uma incontingência histórica do destino do povo Paulista, uma demonstração de nosso compromisso com a verdade e a razão. |
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Julho 2019
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