![]() JÚLIO BUENO Mais de uma década de domínio do Partido dos Trabalhadores a frente do Governo Federal, claramente, ajudou a mostrar a cisão que existe no Brasil. Divisão regional, de classe, de sexo, de raça, de ideologia. Sem dúvida este é um país com mais ódio de classe (pobres contra ricos e classe média - as "elites"). Ódio entre homens e mulheres (aumento do feminismo radical, anti-civilização, matriarcalista, tribalista). Ressentimento e inveja cada vez maior de negros sobre brancos, promovida pelas ações afirmativas e pelo racismo inverso institucional do Governo Federal e de grupos de pressão a ele ligados. Por fim, o acirramento das disputas ideológicas, entre a direita conservadora-liberal com as esquerdas, atualmente no poder. As disputas regionais também cresceram, em muito pela discordância da população dos estados mais desenvolvidos em relação ao atual estágio em que se encontram os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, amplamente usado no norte e nordeste, rincões de atraso social e coronelismo, que se transformaram numa maneira institucionalizada, generalizada e indireta de se comprar votos e manter cativo o eleitorado. Quem paga essa conta das bolsas é o contribuinte dos estados produtores. Diante disso temos notado o crescimento do desconforto da população de alguns estados (em especial de São Paulo) com esse estado de coisas, o que vem ocasionando uma busca sempre constante por entender essa situação-problema e por achar um meio que se mostre ser a solução definitiva e final desse estado de coisas. A saída que muitos vem encontrando é a defesa da independência de São Paulo. A reeleição da presidente Dilma Rousseff deu uma clara demonstração disso, quando várias figuras públicas declararam o seu apoio à tese da separação, mesmo que depois tenham também, estrategicamente, amainado o seu discurso (vide Coronel Telhada e Romeu Tuma Júnior). E, diante dessa chegada de novas pessoas que pretendem se integrar de alguma maneira na causa, uma questão sempre é recorrente, e tem sido por nós respondida. Para tentar deixar ainda mais clara essa situação, pretendemos mostrar qual deve ser a ligação da Causa Paulista com os partidos políticos e com os políticos em geral. O quarto ponto da Carta de Princípios do MSPI diz o seguinte: "Somos um movimento estritamente extra partidário. Pessoas de diversos agrupamentos políticos e partidários serão bem vindas a participarem desse Movimento, desde que comunguem com os nossos princípios e normas básicas. O MSPI deve servir somente aos mais altos interesses do POVO DE SÃO PAULO!" Aqui referendamos integralmente o posicionamento que está contido nesse documento. Ao movimento serão sempre bem vindos, todos aqueles que querem ajudar a causa de alguma forma, independente de sua visão político-ideológica e, mais ainda, independente de que partido seja filiado. Visivelmente, é um algo notório, que a extensa maioria dos adeptos da ideia de secessão de São Paulo situam-se no campo ideológico da direita, em seus mais variados matizes. A existência de separatistas de esquerda não é algo sem propósito e, certamente, nós temos muito o que aprender com a esquerda, em relação à organização política, de militância e de engenharia social. Todavia, pensamos que a presença de pessoas que são de esquerda poderia gerar alguns desentendimentos individuais entre adeptos da causa, o que precisa ser superado em nome da nossa luta em defesa de São Paulo. Um importante separatista, já falecido, o poeta Paulino Rolim de Moura, era separatista e marxista-leninista. Todos aqueles que o conheceram e acompanharam a sua luta são firmes em reconhecer o verdadeiro entusiasmo e a verdadeira luta desta pessoa em defesa de São Paulo. No fim dos anos 1940 no seio do Partido Comunista Brasileiro, em São Paulo, haviam muitos adeptos da nossa autonomia. Lamentavelmente parece que a "nova esquerda" contemporânea não consegue enxergar em nossa luta mais do que um levante de "racistas e xenófobos da elite paulista" (mais uma visão fortemente ampliada durante os anos de governo do PT). Faço aqui questão de deixar claro: assim como o perfil dos adeptos de nosso Movimento, eu também, ideologicamente, me situo na direita: tradicionalista, nacionalista, patriótica, defensora de valores morais e anti-materialista. Esquerda a parte, concentremo-nos agora em compreender o papel da política, dos políticos e dos partidos em relação à Causa Paulista. Não existe movimento político na história moderna que não tenha tido previamente acumulado uma série de circunstâncias básicas, capazes de gerar uma indignação e revolta permanente entre um determinado grupamento humano. Entretanto, mais importante do que isso é a formação da minoria capaz de conduzir os anseios dessa massa revoltosa. Vemos exemplos assim em toda a história, na Revolução Gloriosa, na Revolução Francesa, na Revolução Americana, na Revolução Russa, na ascensão do nazifascismo no início do século passado e até mesmo na Revolução Constitucionalista de 1932 (nesse caso a elite dirigente não soube conduzir adequadamente os rumos do levante, o que acabou sendo um dos motivos de seu estacionamento e posterior fracasso). A vanguarda revolucionária é primordial para todo movimento político (que disputa poder). Oswald Spengler disse: “Quando uma Nação ergue-se ardente para lutar por sua liberdade e honra, é sempre uma minoria que realmente incendeia a multidão.” Sempre que os povos se levantam contra qualquer espécie de tirania existe, por trás, um grupo de escol, de elite, que está por lhe dar os comandos. A fase em que a luta paulista se encontra atualmente ainda é a de formação desse grupo especial de comando. Em nossa luta por defender a independência de São Paulo, portanto, temos de buscar o apoio e a entrada em todos os setores da sociedade paulista: na cultura, nas artes, na política, nas empresas e comércios, entidades de classe, nas universidades, igrejas, em toda a parte a ideia de secessão de São Paulo precisa ser defendida e a nossa bandeira hasteada. A política, portanto, setor que lida com o estado e todo o poder que este detém, não pode ser deixada de lado pelos separatistas, ao contrário, deve ser por nós explorada. Nós defendemos que pessoas que se encontram em nossas fileiras se filiem a partidos políticos, disputem eleições (e de preferência, vençam essas eleições) e levem pelos meios que a política possibilita, a nossa mensagem adiante. Os partidos políticos para nós devem servir como instrumentos para que possamos obter espaços e conseguir com isso fortalecer a Causa Paulista e o MSPI. Em todos os partidos há corruptos, em todo partido há negociatas. O que pensamos é que nós devemos, portanto, usar os partidos, independente de seus problemas internos. A política está cheia de aproveitadores, ladrões, corruptos, em boa parte, por que pessoas com ideais não se dispõem a participar das disputas partidárias. O jurista Rui Barbosa disse célebre frase que resume bem essa questão: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto." Nós, que temos confiança na pureza dos ideais de nossa causa, portanto, não devemos nos eximir de cumprir nossos papeis, cada um de acordo com a sua vocação, um no estudo, outro na militância de rua, outro na política. Em toda a parte devemos desempenhar esse nosso destino de defender a independência Paulista, até chegar o dia de nossa coroação, o dia em que os Paulistas definitivamente estarão livres do peso e da tirania do Brasil. *Professor de História e presidente do MSPI
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Julho 2019
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