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SOBRE ELITES, INTELECTUAIS E A FORMAÇÃO DE UMA SUPOSTA NACIONALIDADE BRASILEIRA.

31/12/2013

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JÚLIO BUENO

Um país composto de uma população, historicamente, de baixa formação escolar, com poucos conhecimentos teóricos a respeito de uma realidade, transcendente e abstrata, impalpável à quem apenas vê, que é o Brasil em sua existência geográfica, jamais poderia ter desenvolvido uma noção ou sentimento de patriotismo, ou seja, pertencimento à terra pátria brasileira. Foi preciso uma ação histórica coordenada para se construir essa ideia de que do Oiapoque ao Chuí todos são brasileiros.

Pode-se assim citar o papel exercido pelos intelectuais ao longo da história do Brasil, enquanto país dito independente, após 1822 pelo menos.

No século XIX a Coroa promoveu diversos prêmios e concursos, para que os historiadores diletantes da época, escrevessem obras para contar a história daquele recém fundado país. Nesse sentido, a própria afirmação de que o Brasil foi recém fundado passou a ser questionada, pois afinal, nasceu o Brasil em Porto Seguro em 22 de Abril de 1500, ou às Margens do Rio Ipiranga naquele 07 de Setembro de 1822?

As teses desenvolvidas a respeito dessas datas não são inocentes, ao contrário, sendo carregadas de amplo conteúdo simbólico e ideológico. Houve, como é possível acompanhar na obra "O Espetáculo das Raças", da antropologa, Lilia Moritz Schwarcz, uma briga entre várias regiões do Brasil, com seus intelectuais e as instituições às quais eles se reuniam, de modo que os projetos de Brasil de cada um se tornasse o oficial, ou ao menos fosse alçado a categoria de conhecimento pátrio válido. Em São Paulo a intelectualidade se reunia na Faculdade de Direito do Largo São Francisco; no Pernambuco na Faculdade de Direito de Olinda (depois Recife); no Rio de Janeiro, em torno do IHGB - Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Essas instituições tiveram como função não apenas formar bacharéis, mas construir uma visão sobre o Brasil e quem seriam os brasileiros.

A ligação entre intelectuais, elites político-econômicas, e o Estado brasileiro foi a responsável por essa criação mal-formada a qual hoje chamamos de Brasil. 

Foi dessa forma que eventos como a Aclamação de Amador Bueno em 1641, o Separatismo Paulista de 1887, a República Juliana, a Confederação do Equador, a Revolução Farroupilha, ou o movimento que ocorreu no Mato Grosso em 1892 que defendia a criação da "República Transatlântica do Mato Grosso" foram descaradamente enterrados nas brumas da história, de modo a fazer pensar que o Brasil sempre foi uno e indivisível.

Ainda pode-se falar da forçação feita em relação a Inconfidência Mineira, que de levante separatista da região das Minas de Ouro, foi elevado a condição, após 1889 e a república, ao status de luta pela independência brasileira.

Temos que perceber essas artimanhas realizadas pelas pseudo elites brasileiras, mesquinhas, que usaram-se e usam-se da união e de uma suposta nacionalidade brasileira, para manter-se unidos todos os estados, de modo que nos explorem todos de uma vez só.

*Diretor do Movimento São Paulo Independente. É graduado em História.

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