O grupo separatista Movimento São Paulo Independente (MSPI) promete fazer um ato no dia do aniversário da cidade, no próximo domingo, em frente ao Obelisco do Ibirapuera, monumento máximo da história de luta do exército paulista na revolução constitucionalista de 1932.
O movimento separatista paulista não é novo, mas – de tempos em tempos – ele ganha mais força. Na última eleição, o deputado eleito por São Paulo, Coronel Telhada (PSDB), usou as redes sociais para demonstrar sua irritação com a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e anunciou que seria hora “de São Paulo se separar do resto desse país”. Atualmente, a insatisfação com o governo petista é um dos principais pontos de insatisfação dos separatistas. Mas vale lembrar que a cidade, atualmente, é comandada por um prefeito do mesmo partido da presidente. O Estado, porém, permanece nas mãos do PSDB há mais de 20 anos. Como paulistano, acho uma bobagem essa história de separatismo, mas respeito quem pense diferente. São Paulo é o que é por causa da população heterogênea, formada por pessoas de todas as partes do mundo. Para se ter uma ideia, apenas em minha equipe no trabalho tenho o prazer de ter a companhia de um carioca, uma mineira, um gaúcho, uma baiana e de uma paulista de Ourinhos, que já é na divisa com o Paraná. O principal argumento para a separação é o fato de São Paulo supostamente “sustentar” o País e de não receber de volta de Brasília o montante que aqui é arrecadado. “A federação brasileira, ao colocar todos sob a mesma bandeira e mesma cultura, estimula essa ‘guerra fria’ cultural que existe hoje. Manter o Brasil unido faz tanto sentido quanto unificar todos os países da América Latina em um só. Fazer parte do Brasil não é vantajoso nem mesmo para os estados que recebem grandes aportes financeiros do governo federal”, publicou o movimento em uma rede social. Todos possuem seus argumentos e – ainda bem – a liberdade para se manifestar. O ato do MSP será às 11h30 do próximo domingo, no obelisco. E, se um dia essa separação realmente ocorrer, espero que nossos colegas de outros Estados não sejam deportados, pois isso aqui ficaria um tédio. ***** Atualização O MPSI se manifestou e esclareceu que não defende da expulsão de cidadãos de outras localidades do Estado, apenas a separação política de São Paulo. “Continuaremos a receber todos aqueles que aqui desejam morar, trabalhar e prosperar, independente da origem”, disseram em nota. FONTE:http://noticias.terra.com.br/brasil/cidades/viver-sp/blog/2015/01/22/grupo-fara-ato-pedindo-separacao-de-sao-paulo-do-brasil/
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Nayla Carvalho 31 Out 2014 16h17 atualizado em 01/11/2014 às 17h03
O presidente do Movimento São Paulo Independente disse que o separatismo não é novidade, mas o resultado da votação despertou esse sentimento em muitas pessoas. Gráficos disponíveis em páginas do Facebook mostram um aumento significativo no número de seguidores de grupos separatistas após o dia 26 de outubro, quando foi definido o resultado do segundo turno das eleições presidenciais do Brasil. Em entrevista ao Terra, Júlio César Bueno, 24 anos, presidente do Movimento São Paulo Independente (MSPI) desde o ano passado, disse que o resultado da votação despertou o sentimento de separatismo em eleitores do Sul e do Sudeste do País. O número de seguidores do MSPI subiu a partir do dia 25/10. Apesar de a “divisão” do Brasil ter sido desmistificada pelo historiador econômico Thomas Conti, dados da rede social apontam que a página do MSPI ganhou 17,7 mil novas curtidas ao longo desta semana, o que representaria um crescimento de 267,3%. O Movimento O Sul é o Meu País chegou a atingir cerca de 273% de aumento no número de seguidores. De acordo com os gráficos disponibilizados pelo site, os maiores índices foram alcançados no dia seguinte às eleições. “Ficou muito claro, pelo resultado final, que Dilma Rousseff teve uma votação muito mais expressiva em Estados e regiões que são mais atendidos por programas sociais. O Sul e o Sudeste, e ainda mais especificamente São Paulo, votaram massivamente em Aécio Neves. Não porque ele fosse o melhor, mas porque ele era a alternativa contra o PT. São Paulo repudia o PT. Como a população votou contra o partido e viu seu candidato não ser eleito, esse sentimento de independência passou a ser despertado em muitos paulistas”, afirmou Júlio, que é professor de história na rede estadual. O líder do MSPI acrescentou que, no Sul, o movimento separatista é um pouco mais organizado. O movimento, que se diz “extrapartidário”, negou que tenha feito qualquer tipo de campanha para o candidato do PSDB. “Em momento algum. Também não pregamos em nossa página o voto anti-PT. Tentamos mostrar que nenhum deles era o ideal para São Paulo, mas é evidente que, entre os nossos adeptos, a maioria votou contra o PT”, explicou. Quanto à postura do grupo como oposição nos próximos anos de governo de Dilma Rousseff, Júlio afirmou que o MSPI vai defender a democracia. “A gente precisa de um sistema democrático no Brasil para que o nosso movimento seja bem sucedido. Nosso receio é que o PT venha, neste governo, se encaminhar para um regime populista. Com as mudanças constitucionais que estão sendo propostas, tememos que o PT instale algo parecido com o bolivarianismo. Não acredito que vire uma Venezuela, mas seria um regime mais demagogo”, opinou. O presidente do movimento rebateu acusações sobre preconceito e disse que a posição do grupo “de maneira alguma tem a ver com discriminação de origem”. “Não temos motivo para discriminar. O que queremos é poder governar em paz, que o Estado seja independente, mantendo relações diplomáticas com os demais”, afirmou. O professor alegou que São Paulo é responsável por 40% da arrecadação federal, porém, apenas 10% retorna à unidade federativa como investimento. Para Júlio, as demais regiões do Brasil só começarão a crescer quando o território paulista se separar. “Os estados pobres precisam aprender a caminhar com as próprias pernas”, finalizou. Algumas páginas que também registraram crescimento maior a partir do dia 26 foram: Movimento República de São Paulo (8 mil novas curtidas, alta de 79,9%), a comunidade Separatismo (874 novas curtidas, alta de 1.680,8%), O Rio é o Meu País (1,8 mil novas curtidas, alta de 4%) e Estados Aliados de São Paulo (985 novas curtidas, alta de 119,9%). O Terra tentou contato com outros grupos, além do MSPI, mas, até a publicação desta matéria, não obteve resposta. Esta matéria também foi sugerida pelo leitor Nícholas Bié Baptista da Silva, de Santa Bárbara d'Oeste (SP), por meio do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui ou envie pelo aplicativo WhatsApp, disponível para smartphones, para o número +55 11 97493.4521. FONTE:http://noticias.terra.com.br/eleicoes/grupos-separatistas-crescem-ate-270-na-web-apos-eleicoes,589e5bc280769410VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html Nayla Carvalho, 31 Out 2014, 16h30
Apesar de o Coronel Telhada dizer que foi mal interpretado em fala sobre separar São Paulo do Brasil, movimento acredita que as declarações foram sinceras e apoia o deputado eleito. Coronel Telhada defendeu a separação de São Paulo do Brasil. Após a confirmação da reeleição de Dilma Rousseff à Presidência da República, no último domingo, Coronel Telhada usou seu perfil no Facebook para demonstrar indignação com o resultado. O deputado estadual eleito em São Paulo chegou a defender a separação do Estado do resto do Brasil. Apesar de o político alegar, posteriormente, que foi mal interpretado, o presidente do grupo separatista Movimento São Paulo Independente (MSPI) afirmou que ele foi sincero em suas palavras. Líder do MSPI, Júlio César Bueno, 24 anos, disse que o sentimento expressado por Telhada não é fruto do momento político que o País vive. “Cheguei a conversar com ele logo que ele assumiu o mandato (de vereador, em 2013). Ele já havia se mostrado reticente. No pensamento dele, pela própria formação que teve, ele é patriota”, contou. A postagem do coronel foi repudiada pelo PSDB de São Paulo, que, em nota, afirmou não compartilhar com tais ideias “xenófobas”. Diante da crítica, Telhada disse que sua fala foi deturpada por "pessoas mal intencionadas", mas, para Júlio, ele apenas reagiu a pressão. “Tenho certeza de que foram sinceras (as declarações). Mas, como o PSDB é um partido banana e está muito satisfeito com o atual estado das coisas, eles logo vieram pressionar o coronel”, opinou. O presidente do MSPI afirmou que representantes do movimento se encontrarão “em breve” com Telhada. “Mesmo que ele tenha dito que foi mal interpretado, se ele defender o federalismo verdadeiro, já é um passo. Apoiamos inteiramente o coronel”, concluiu. FONTE:http://noticias.terra.com.br/eleicoes/separatista-diz-que-telhada-foi-sincero-ao-falar-sobre-sp,ab8c687b07769410VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html Por Carolina Garcia - iG São Paulo | 29/10/2014 12:00
Eleitores rejeitam o título de brasileiros e defendem criação de um novo país nas redes sociais: "República de São Paulo" O resultado do 2º turno das eleições dominou as redes sociais com novos ataques a nordestinos, mas também deu força a movimentos separatistas, que rejeitam a reeleição de Dilma Rousseff (PT) e lutam por uma nova divisão geográfica do Brasil. O mais forte discurso foi observado em São Paulo, onde o deputado eleito Coronel Telhada (PSDB) declarou apoio ao processo de independência do Sul e Sudeste, exceto Minas Gerais e Rio de Janeiro, que tiveram maioria de votos ao PT. “Devemos nos submeter a esse governo escolhido pelo Norte e Nordeste? Eles que paguem o preço sozinhos”, disse o político em seu perfil do Facebook. Ao iG, o deputado faz um recuo em seu discurso e cita um “mal-entendido” entre os seguidores, dizendo agora que não quer separar as regiões brasileiras, mas dar autonomia política aos Estados do Brasil, possibilitando que eles criem sua próprias leis, num sistema federativo similar ao dos Estados Unidos. “Foi um mal-entendido. Não era para ter uma repercussão tão negativa, apenas defendi a autonomia estadual. Sou totalmente contra a separação física e geográfica [de São Paulo]. Demoramos tantos anos para conseguir montar uma democracia, um Brasil unido, que separação não é a resposta”, justifica Telhada, sobre a fala que foi compartilhada 15 mil vezes na rede social. Na última terça-feira (28) pela manhã, o post já não era encontrado no perfil do coronel, “possivelmente foi apagado pelo número de reclamações que o Facebook recebeu”, sugere. “Precisamos tomar muito cuidado com o que a gente escreve. Às vezes, a gente escreve uma besteira”. A repercussão da fala de Telhada foi instantânea. Entre palavras de opoio e acusações de racismo contra o deputado, seguidores divulgavam a existência da página Movimento São Paulo Independente (MSPI), que apoia a fundação de um novo país, a República de São Paulo. “Não somos brasileiros, somos paulistas” A eleição presidencial ficou marcada por uma campanha dura, além de protagonizar a disputa mais acirrada da história e ser responsável pela divisão do País. Os movimentos que defendem uma nova definição do Brasil passaram ainda a rejeitar a nacionalidade brasileira. “Não seríamos mais chamados de brasileiros, pois esse rótulo está desgastado e vergonhoso. É motivo de aversão no exterior. O nosso gentílico seria paulista”, defende um seguidor da página do MSPI. Para Alessandro Chiarottino, vice-presidente do movimento MSPI, que começou nos anos 1980, as eleições 2014 mostraram um Brasil dividido em dois pelos eleitores de Aécio Neves (PSDB) e de Dilma Rousseff – “um de São Paulo para baixo e outro representado principalmente pelo Nordeste”. O líder do grupo, que também atua como advogado e professor de direito constitucional, explica que a nova divisão geográfica é “importante e natural” no momento em que o resultado do pleito é questionado. “Como o meu Estado vota de uma forma tão diferente das outras partes do País? Talvez temos valores diferentes, uma visão diferente de como posso crescer na vida”, indaga Chiarottino, ressaltando que o Brasil foi dividido por “termos sociais”, principalmente pela região que mais se beneficia pelo programa social Bolsa Família. Em poucas horas, após o final da apuração das urnas, a página MSPI saltou de 8 mil para 20 mil seguidores. E os três administradores estão confiantes de que o caso “não se trata de fogo de palha”. Inspirado pela revolução constitucionalista de 1932 e por movimentos separatistas europeus, como Liga do Norte (Itália) e Identitário Catalão (Espanha), o grupo espera colocar a separação de São Paulo em debate na população. O advogado explica as motivações do movimento: “São Paulo contribui com R$ 220 bilhões por ano para a União e recebe de volta menos de 10%. Além disso, sofremos com uma sub-representação política. Deveríamos ter o dobro dos parlamentares no Congresso Nacional”. Tratando o Brasil como uma “república indivisível”, a Constituição de 1988 proíbe qualquer separação do País e configura a sua tentativa como crime contra a segurança nacional, com pena prevista de 4 a 12 anos de prisão. Por isso, a estratégia do MSPI é difundir o pensamento na maioria da população de São Paulo, numa tentativa de alterar lei máxima brasileira. “A Constituição reconhece a soberania popular. E ela não é uma pedra, como as tábuas da lei de Moisés. Nós não podemos permitir a continuidade da exploração objetiva do Estado de São Paulo que é vergonhosa”, conclui. Muro: Brasil x Nova Cuba Se de um lado uns clamam pela independência do próprio Estado, outros defendem uma construção de um muro. Um caso que chamou a atenção no Rio Grande do Norte foi protagonizado por uma vereadora, que sugeriu uma divisão entre Brasil e Nova Cuba. Eleika Bezerra (PSDC) postou uma imagem com os Estados das regiões Norte e Nordeste, além do Rio de Janeiro e Espírito Santo, compondo a Nova Cuba. As outras regiões seriam o Brasil, com exceção de Minas Gerais, que seria implodida para a construção de um lago. A postagem foi apagada momentos depois. Além da nova configuração geográfica, eleitores criaram inúmeros eventos no Facebook propondo manifestações no próximo final de semana pelo impeachment de Dilma. Veja na galeria de imagens acima as principais manifestações nas redes. Uma das organizações mais numerosas, com 26 mil membros, diz organizar protestos em ao menos cinco Estados. Em São Paulo, o grupo promete se reunir às 14 horas, em frente ao MASP, no próximo sábado (1º). FONTE:http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2014-10-29/apos-reeleicao-de-dilma-movimentos-pedem-independencia-de-sao-paulo-do-brasil.html Um grupo se reuniu na manhã da última sexta-feira em torno do Monumento às Bandeiras, na zona sul de São Paulo. Os integrantes do Movimento São Paulo Independente escolheram o local para homenagear os bandeirantes paulistas e reforçar o orgulho que sentem por São Paulo.
Movimento de reafirmação do orgulho de ser paulista se reuniu na manhã da última sexta-feira. A data não foi escolhida por acaso. A véspera do ato, 14, é a data em que se comemora o Dia dos Bandeirantes. Mesmo assim, o número de pessoas ficou longe do ideal. “Infelizmente nosso evento se esvaziou um pouco graças as ações cretinas do grupo Black Block, que por volta do mesmo horário agiu com sua característica violência sobre um outro grupo que fazia uma manifestação em outro ponto do Ibirapuera”, contou Júlio Cesar Bueno, líder do grupo. Munidos de bandeiras e panfletos em que repudiam o vandalismo ao qual foi submetido o monumento no início de outubro, quando foi pichado, os manifestantes se reuniram por volta das 11h, após convocação feita pelo Facebook. Os duzentos panfletos levados ao local se esgotaram rapidamente, segundo a organização. Neles, um texto repudia a ação de vândalos. “Nos dias 01 e 02 de Outubro, vândalos, sujeitos fiéis ao espírito nocivo e mais degenerado presente entre os "brasileiros", depredaram o Monumento às Bandeiras, obra do célebre escultor Victor Brecheret”. O manifesto pede também mais energia dos órgãos públicos. “O Movimento São Paulo Independente, como fiel defensor dos interesses reais do Povo Paulista, de sua liberdade, independência e tradição, vem, diante dos fatos, tornar público o seu completo e total desagravo com a ação desses criminosos, e pede que, com extrema urgência, os órgãos competentes ligados à Prefeitura do Município de São Paulo e ao Governo do Estado, tomem as atitudes legais cabíveis contra esses sujeitos, de modo que eles sejam punidos, independente de quem sejam. Bem como apelamos ao Município que disponibilize permanentemente junto do Monumento às Bandeiras, uma patrulha da Guarda Civil ou da Polícia Militar.” A internauta Fabiana P., de São Paulo(SP), participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui. FONTE:http://noticias.terra.com.br/brasil/cidades/vc-reporter-grupo-faz-homenagem-ao-dia-dos-bandeirantes-em-sp,80a1e94143262410VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html "Porque? Como? Quando? E através de quem surgiu?"
Existe no direito natural uma norma internacionalmente reconhecida e consagrada desde a Antiguidade, que é o direito de Autodeterminação dos povos. Reza esse princípio que todo o povo possui o direito de decidir soberanamente sobre o seu destino, sobre o seu futuro. O Estado de São Paulo, embora não seja um país, possui um povo claramente ímpar, com cultura e identidade própria, distinta das demais identidades dos demais estados do Brasil. Culturalmente São Paulo é uma nação. Essa ideia de transformar São Paulo em um país não é nada recente. A primeira vez na história do continente americano que se ouvia falar de libertação de um povo foi em 1641 na Vila de São Paulo, onde os Paulistas aclamaram Amador Bueno como seu rei, e se declamaram independentes de Portugal. A bem da verdade histórica, a intenção dos Paulistas mais do que livrar-se de Portugal era poder continuar atrelado à Espanha, o que acontecia desde 1580, por causa da União Ibérica. Mais uma vez fica registrada a diferença da população de São Paulo, que se mostrou pioneira na defesa dos seus interesses contra a exploração da Coroa Portuguesa. No século XIX, o movimento separatista reunia pessoas influentes em toda a Província, tal como o ideólogo republicano Alberto Sales, irmão do ex-presidente Campos Sales. A sua defesa da secessão se encontra no livro "A Pátria Paulista", lançado em 1887 e reeditado nos anos 1980 pela editora da UNB. No século XX, durante a Revolução Constitucionalista de 1932, a ideia separatista foi amplamente divulgada e cogitada entre os Paulistas. Não era esse o motivo pelo qual São Paulo lutava. Entramos em guerra contra o Brasil por que Getúlio Vargas acabou com a autonomia dos Estados, que era prevista na Constituição brasileira de 1891. São Paulo queria uma nova Constituição, por que somente com a legalidade democrática poderíamos reconquistar nossa autonomia. Já no fim do século passado, a ideia separatista ganhou novo fôlego, através da divulgação das ideias de três figuras importantes: o jurista João Nascimento Franco (Fundamentos do Separatismo), Braz Juliano (Comunidade das Repúblicas Independentes do Brasil) e o professor Paulino Rolim de Moura. Ambos sofreram perseguições de várias espécies por parte do governo brasileiro. Nós hoje damos continuidade a essa trabalho que renasceu na década de 1990. Defendemos as mudanças legais necessárias para que São Paulo possa decidir, através de um plebiscito, se deseja permanecer fazendo parte do Brasil ou separar-se e constituir-se em novo país. Hoje, a Constituição brasileira veta essa possibilidade, todavia, nossa luta é para mudar essa realidade. "• As pessoa de fora, veem a intenção separatista como algo um pouco utópico. Tanto a de São Paulo como a de outros estados (ex: MRR e O Sul é o meu país). Como vocês, idealizadores, enxergam esse ponto de vista e como planejam tornar o movimento uma realidade?" Nós não planejamos tornar o movimento uma realidade simplesmente por que ele já é uma realidade! A ideia separatista é concreta e em São Paulo reúne milhares de adeptos. O que precisamos ganhar é força, vulto, tamanho. De fato nossa luta não é uma luta simples, mas possuímos a plena convicção de estamos do lado correto da história, defendendo os princípios e os valores adequados para nosso povo. "• Notei que um dos maiores pontos levantados é Carga Tributária. Fora esse, quais são os outros principais motivos? Quais são dados mais atenção quando o movimento é exposto?" A questão da arrecadação tributária é a mais chocante para grande parte da população. Além disso o problema da representação de São Paulo na Câmara Federal também é digno de espanto, afinal o voto de um Paulista para deputado federal vale muito menos do que o de um cidadão de qualquer outro estado. No entanto, existem motivos culturais que distinguem São Paulo do Brasil, e que portanto nos transformam em uma nação. "• Acredita que a mídia, manipuladora como é, irá esconder a busca de vocês se o movimento se intensificar ainda mais?" Sem dúvidas, além de esconder as ideias separatistas, quando a mídia mostra a luta histórica dos Paulistas sempre faz questão de distorcer nossas ideias, aliás, mais do que distorcer, simplesmente ela cria mentiras, sempre buscando associar os separatistas, seja de São Paulo ou dos Estados do Sul com ideias nazistas ou racistas, apenas com o fim de desmoralizar os movimentos separatistas. "• Qual a quantidade de público, o movimento como um todo, de fato, atinge? Como planejam uma maior divulgação? A rede social tem sido uma ferramenta útil?" Atingimos mais de 30 mil pessoas por semana através das redes sociais, em especial, pelo Facebook. As novas ferramentas de comunicação são armas poderosas nas mãos dos Paulistas, por que através delas nos conseguimos alcançar nossa população e levar a ela verdades que não são contadas pelos atuais políticas e nem pela mídia tradicional. "• Como lidar com as acusações de xenofobia e racismo que envolve as pessoas que são contra? E também com as pessoas que fazem parte do movimento e que apresentam esses comportamentos julgados cometidos por vocês?" Nós demos início a um projeto que recebeu o nome de "Dossiê do preconceito". Nesse dossiê a ser divulgado em nosso site (saopauloindependente.org) nós iremos coletar as inúmeras demonstrações de ódio e intolerância dos brasileiros contra os Paulistas. Pretendemos com isso esclarecer a população Paulista de que nós é que somos vítimas diárias de desrespeito e preconceito. "• A ideia de autossuficiência em relação aos outros estados do Brasil é dita como não existente, mas em determinados aspectos elas são talvez involuntariamente expostas, o que você tem a dizer sobre isso? Para explicar melhor, conheço uma pessoa que é super a favor do movimento e demonstra graaaande irritabilidade com o sotaque de uma pessoa de outro estado e ainda diz "O nosso é bem melhor", não se pode generalizar, eu sei... Mas isso é uma demonstração de superioridade, assim como, existem em alguns casos de comentários na página de vocês." Autossuficiência econômica não existe. O mercado é grande invenção da civilização humana. Não precisamos ser autossuficientes em nada, em se tratando de matéria econômica. Do ponto de vista populacional, SP há décadas vem sofrendo com uma migração completamente desordenada, que não respeita as dinâmicas culturais da população Paulista e isto gera uma compreensível irritabilidade no discurso de alguns poucos Paulistas mais exaltados. "• Existe nas entre linhas ou de forma visível, o apoio a algum partido político? Porque há um enoooorme descontentamento com PT e uma notável presença de direita..." Apoio de partido à ideia não. Sabemos que políticos de grande nome em São Paulo que são defensores ardorosos do separatismo, embora não falem abertamente, com medo de perderem votos de alguns setores menos esclarecidos do eleitorado, e certamente a ascensão do petismo no Brasil ajuda a engrossar a fileiras dos descontentes, daqueles que buscam uma mudança real para a terra onde vivem. Só a secessão trará mudanças significativas para São Paulo. "• A autonomia legislativa, não seria uma solução?" A única solução possível e aceitável seria o Brasil se reconhecer como um país plurinacional, e São Paulo tornar-se soberano, dentro de uma confederação brasileira. Ou isso, ou a secessão. "• Além do governo, o que impediria que São Paulo se tornasse independente." A falta de consciência do nosso povo é o maior impeditivo atual para que São Paulo se torne independente. Nossa luta é para transformar esse quadro. Espera-se muito dos jovens para gerar melhores decisões no Brasil. Não compensaria aliar-se para gerar melhores condições no país como um todo? Para talvez diminuir esse peso que São Paulo carrega? O problema é que nós já estamos há quase um século carregando o Brasil nas costas, praticamente sozinho, e se o problema para resolver isso, dentro da união, fosse o tempo, já teriam sido resolvidas essas desigualdades. Para SP não compensa mais esperar qualquer espécie de boa vontade e desejo de fraternidade vindos do Brasil. Isso simplesmente não acontecerá. "• Em qual publico esse ideal se destaca com mais força? O que as pessoas mais velhas costumam pensar dessa decisão? E classe social, de maioria rica ou pobre?" No quesito etário é muito variado. Os jovens acabam recebendo mais as nossas campanhas, por que elas são fortemente veiculadas nas redes sociais, onde muitas pessoas mais velhas acabam não estando presente, todavia, entre os de meia idade e os idosos a ideia é fortemente acolhida também. Economicamente é possível dizer que aqueles que se dedicam mais entusiasticamente não advém das classes abastadas. Somos trabalhadores, profissionais liberais, micro empresários. Nenhum multimilionário. "• Tornar São Paulo um país solucionaria de que forma os problemas que a cidade enfrenta? Violência, por exemplo." São Paulo hoje, o Estado, já tem níveis de segurança muito bons, mas que mesmo assim ainda estão longe de ser aceitáveis. Todavia, com a separação certamente nosso nível de vida subirá muito, e rapidamente. Apenas um adendo, para esclarecer: quando falamos em secessão, nos referimos ao Estado inteiro e não só sobre a capital paulista. "• Como o Brasil suportaria as dificuldades se São Paulo tornasse independente de fato? Já foi pensado nas consequências que essa independência causaria no contexto geral? Independência para São Paulo não seria como fugir das dificuldades e dos problemas?" Nós, Paulistas, identificamos a causa do problema, a sua raiz, e estamos acabando com o mal onde ele começa. Somos nós aqueles que buscam enfrentar o problema maior, a centralização e as diferenças culturais, de uma maneira direta, sem maiores rodeios. A separação é a solução. Não temos receio sobre as dificuldades que teremos que enfrentar como país livre, afinal, os Paulistas estão prontos para assumir essa responsabilidade. Não há o que temer, seja economicamente, e menos ainda politicamente. Todos ganharão: São Paulo e a União. "• Se houvesse a sensação de auto-suficiência, seria assumida?" Não compreendi o sentido de auto suficiência. "• O roubo acontece por parte do governo que utiliza o dinheiro que deveria ser bem investido de uma forma corrupta. Correto? Porque se tornar independente seria mais vantajoso que colocar no poder um governo que de fato representasse o ideal de justiça que vocês querem?" Por que São Paulo não pode eleger os governadores dos outros estados, por que nós escolhemos os prefeitos das milhares de cidades do Brasil, ou seja, jamais haverá uma classe política em número suficiente que fosse ligada, minimamente, conosco, e, sendo assim, a sangria econômica jamais seria freada. O Brasil pode melhorar o quanto quiser, mas São Paulo não é Brasil e não quer continuar atrelado a esse país. Não existe no Brasil nada que nos faça amá-la, ao contrário, o Brasil só nos causa repúdio. A dificuldade de o movimento se tornar real é menor do que a de encontrar um governo (sonho de todos), assim? Ou o valor cultural entre outros, visto por vocês sobrepõe totalmente a idéia de um Brasil melhor? Não vêem um pouco como individualismo? Não se trata de individualismo, afinal, defendemos um povo, com todas as suas características, e não um pequeno grupo ou uma elite poderosa. São mais 40 milhões de pessoas, moradores de São Paulo, que nós defendemos, e, portanto, está muito longe de ser um empreendimento individualista. Esse conceito nessa discussão não cabe. "• A chegada desses políticos que também defendem o separatismo no poder facilitaria a secessão?" Esse momento chegará, quando nosso movimento tomar maior corpo, e os políticos perceberem que não somos um mísero grupelho, mas um movimento vindo da sociedade, e que está revoltado, clamando uma saída radical. Além do mais, não precisamos também dos velhos políticos que estão muito bem acomodados com a situação de São Paulo dentro do Brasil. Em nossas fileiras, entre a população Paulista, surgirão lideranças capazes de nos representar apropriadamente. "• A migração diminuiria? Por que? São Paulo é um Estado de maiores oportunidades, como por exemplo, no mercado de trabalho... A inserção de nordestinos, bolivianos, entre outros, mesmo assim diminuiria com a independência?" Por ter uma economia pujante e desenvolvida é natural que pessoas de fora do território Paulista queiram aqui ingressar, sejam vindas de outros países, ou de regiões do Brasil. Não cremos que deve haver uma discriminação de origem, mas de qualificação. São Paulo não pode continuar a receber todas as pessoas que aqui queiram entrar, simplesmente por que não existe infraestrutura adequada para suportar isso. E, além disso, o resultado de fluxos migratórios sempre dependem muito mais das condições inferiores do local de onde se partiu do que das condições melhores de onde se pretende chegar. Com a independência, por exemplo, os estados do nordeste precisarão caminhar mais com suas próprias pernas, e as condições de vida de seus habitantes melhorará. "• O governo petista tende a ser totalitário se reeleito, prevê que no futuro eles tenham AINDA mais domínio (ou total) da mídia, além do que ela é por si só. Se ocorrer essa permanência no poder será ainda mais difícil gerar consciência no povo? Qual solução vocês prevêem se isso acontecer?" Não creio que o PT caminhará para o totalitarismo. O PT tenderá caminhar pelos mesmos caminhas que anda hoje, que são aqueles aceitos pela esquerda internacional moderna. Claro, sempre existem as brigas entre as chamadas "correntes", uma mais populista, caudilhista, outra mais burocrática e pragmática e mesmo uma mais totalitária. Não temos que esperar um clima igual a Cuba ou Coreia do Norte, mas do PT o que virá pode ser um regime híbrido, misturando preceitos e ações típicas da esquerda contemporânea com ações típicas da esquerda dos anos 60. A mídia continuará nas mãos do governo, e atenderá sempre os seus desejos, independente de quem esteja ocupando a cadeira de presidente. Somos inimigos do que o Brasil representa, seja o seu governo do PT ou não. "• Por que a mídia e algumas pessoas tendem a relacionar a secessão com ideais, além de racistas, nazistas? " Por que a mídia serve aos interesses dos donos do poder, esses não querem a secessão de São Paulo, por que lhes é mais cômodo roubar o Brasil todo unido. PS. Entre aspas as questões feitas pela jornalista, sem uma virgula de alteração. Concedida em Abril de 2014
Júlio César do Movimento São Paulo Independente (MSPI) em entrevista à Guerreiros Paulistas O Movimento São Paulo Independente vêm chamando a atenção dos Paulistas em um momento drástico que o Brasil tem passado, assim como outros movimentos separatistas vêm ganhando força em todo o país. Segue, abaixo, um entrevista em que Júlio César, do MSPI, esclarece muitas dúvidas que normalmente aparecerem em relação ao Movimento, além de mostrar base histórica e cultural, deixando claro que não se trata de mais uma ideologia utópica de falsas igualdades surgida a partir de uma empolgação (ou sob efeito de drogas) em alguma faculdade pública. O que é o MSPI e quais seus princípios? O MSPI - Movimento São Paulo Independente, como o próprio nome já indica, é um movimento, logo, tem por função essencial movimentar as pessoas em torno da ideia do separatismo paulista, buscando conscientizá-las e mostrar a muitas pessoas que sempre defenderam sozinhas, após chegar a conclusão por si mesmas, graças a uma análise empírica da realidade e viram que o separatismo é a solução, que elas não são peixes fora d’água, e não defendem uma ideia de loucos. O separatismo é uma verdade auto evidente àqueles que buscam se utilizar da razão para compreender a realidade social do Brasil. Quanto aos nossos princípios, o MSPI se destaca um pouco de outros movimentos separatistas que existem na região Sul do Brasil e mesmo em São Paulo, graças ao seu enfoque na questão identitária. O identitarismo bandeirante passa por uma reavaliação e um renascimento do sentimento de “Ser Paulista”. E para reforçar esse sentimento do Ser Paulista, o MSPI tem trabalhado fortemente para promover ações que estejam nessa direção. Temos buscado conscientizar os muitos Paulistas que perderam, graças a anos de uma espuma cultural com temática não Paulista na mídia, de sua real identidade nacional, como Paulistas. Sem a identidade não pode haver povo, nem nação. São Paulo, mesmo com todos os problemas contemporâneos tem cultura própria e ímpar, identidade (sentimento de pertencimento), povo e território, ou seja, temos todos os elementos para constituir um estado nação. Basta a conscientização disso, e é nesse sentido que o MSPI tem também trabalhado fortemente. É possível apontar, na história brasileira, razões para justificar a existência do MSPI hoje em dia? Acredito que para aqueles que já se dedicaram a análise racional da realidade social Paulista podem muito bem, por si sós, chegar a conclusão de que a causa separatista não é apenas justa, mas é também aquela mais razoável para resolver essa calamitosa situação a qual o Povo Paulista é submetido. Existem outros elementos de ordem histórica para justificar a tese separatista, e são muitos, aliás. Primeiramente é necessário citar o exemplo deixado por nossos antepassados, que em 1641 aclamaram o “homem bom”, Amador Bueno, como seu rei, de modo a não se sujeitar ao governo português, recém reinstaurado. Foi a primeira vez na América que um movimento por independência ocorreu. Em 1887, dentro do PRP, o Partido Republicano Paulista, a segunda corrente mais forte era aquela constituída de separatistas (ler “A Pátria Paulista”, de Alberto Sales, também o livro de Cássia Aducci que tem o mesmo título, além do trabalho do professor José Ênio Casalecchi a respeito do PRP), e foram esses separatistas também importantes agentes na criação de condições para a derrubada da monarquia centralista no Brasil em 1889. O resultado prático disso tudo foi, além da mudança do regime de governo, a criação da mais adequada constituição que já teve o Brasil, a Carta de 1891, que consagrou o federalismo. Ou seja, é o separatismo Paulista assunto muito antigo. Até o período minerador (século XVIII) São Paulo era uma região muito isolada, e a coroa portuguesa somente procurava os Paulistas em caso de naufrágio na costa, cobrança de impostos ou necessidade de defender o território. Enquanto outras regiões viviam em bonança de enormes senhorios, sobre o plantation escravocrata, São Paulo vivia com o suor do seu rosto, em uma sociedade muito mais democrática do que existia em noutras partes das colônias portuguesas. São Paulo sempre foi diferente das outras regiões da América portuguesa. Seja até o século XIX, durante o século XIX (período do café, por excelência) e depois até hoje. Nunca o desenvolvimento civilizacional de São Paulo assemelhou-se ao de outros lugares do Brasil, aliás, diria, que eles estão no movimento contrário. Se a opção é separatismo, o que seria dos outros estados brasileiros? Cada um deverá seguir o seu caminho, de acordo com aquilo que a sua população soberanamente decidir. Se decidirem viver agrupados ainda sobre o nome e a bandeira do Brasil que vivam. Se quiserem viver unidos, sob regime confederativo, que assim seja, nada deve impedi-los. Todavia certeza há de que haverá necessariamente uma mudança estrutural profunda, ou pelo menos uma chance de ouro para tal, já que a população poderá ver que a sua elite dirigente é ultrapassada, mesquinha, só pensa em si e em sugar tudo o que o povo produz de bom. Esse tipo de elite não é uma elite no sentido positivo que o termo precisa conter. Todo o povo precisa de uma elite dirigente. O que não pode acontecer é ter uma elite que não pensa na sua existência enquanto modelo e prócere, mas apenas como uma existência parasitária. As elites no Brasil não sabem ser elites. Pois elas precisaram aprender a sê-las, pois o povo dos estados, em especial do nordeste, certamente não aceitaram viver em penúria maior ainda, já que a “pata dos ovos de ouro”, São Paulo, não estará mais fazendo parte desse país, e, portanto, não poderá deixar-se mais ser roubada pelas elites do Brasil. O que prevalece? Uma cultura brasileira ou uma cultura regional em cada Estado? Não existe cultura brasileira enquanto uma civilização orgânica. A brasilidade, termo que se usa para falar da suposta identidade brasileira, é um conceito criado por intelectuais sempre com o apoio oficial do Estado Central, desde o período imperial. Os intelectuais receberam uma missão de escrever uma “história do Brasil” o que só pode ser considerado como peça de ficção, já que não existia o Brasil antes de 1808, pelo menos, e mais corretamente, 1822 com o episódio da independência. O que existia era a colônia portuguesa na América, que contava com várias populações euro americanas: Paulistas, fluminenses, pernambucanos, baianos, etc. Hoje, graças à ação coordenada do Estado e seus acompanhantes de luxo, o poder econômico e a mídia, passa-se tranquilamente a ideia de que existe uma identidade brasileira. E de fato, para muitos isso é ponto pacífico. O ex-presidente FHC foi perguntado certa vez em uma entrevista sobre o fato de, por que, hoje em dia, não se lançarem mais no mercado editorial ensaios monumentais sobre a identidade, a cultura e a civilização dita brasileira, e o mesmo respondeu que hoje esse tipo de texto não se faz mais necessário, pois a sua missão, de criar entre as classes ilustradas do país, uma identidade, uma lógica agregadora, já havia sido realizada. Não mais há necessidade de ensaios como “O Povo Brasileiro”, “Casa Grande e Senzala” ou “Raízes do Brasil”, hoje suas missões já foram cumpridas. Logo a suposta identidade brasileira nada mais é do que uma espuma artificial, que em breve será varrida pela força da história. Não há como vencer a identidade real dos povos. Cito aqui uma frase do historiador Alfredo Ellis Jr°: “não existe história do Brasil como um conjunto homogêneo. Ela é a soma de capítulos de histórias regionais”. Eu creio que não se pode, do ponto de visto objetivo mesmo, falar em culturas regionais, no sentido que no Brasil se atribui a regiões geográficas, ou seja, não existe cultura sulista, mas cultura do Rio Grande do Sul, cultura de Santa Catarina e cultura do Paraná. Menos ainda existe uma cultura sudestina e mesmo falar em cultura nordestina é muito difícil. As diferenças antropológicas entre a Bahia e o Pernambuco, ou o Ceará e Alagoas são muito grandes. Não há como falar em cultura nordestina sem se falar numa outra construção quase tão artificial quanto a famigerada brasilidade. Quem são os aliados e as oposições ao MSPI? O único aliado que conta o MSPI é a ordeira população Paulista, que está farta dessa situação que ela se depara todos os dias. Nós queremos viver em paz, desfrutando o fruto do nosso trabalho, que conquistamos com o suor do nosso rosto, mas nos é tirado todos os dias através dos impostos abusivos que pagamos à Brasília. Mesmo o direito a uma cultura saudável não nos é dado, pois ao ligar a TV o que se tem é só o mesmo lixo midiático, vendido a uma população trabalhadora cansada e sem maiores opções de lazer. Nesse sentido, nossa oposição principal é a todos aqueles que defendem esse atual estado de coisas que vemos em nossa pátria. Em segundo lugar, no Brasil, em especial, e na América latina, como um todo, o nacionalismo acabou por se transformar em uma força de esquerda, e muitos nacionalistas verde-amarelos são esquerdistas natos. Esses adoram vir tripudiar da causa separatista, mas carecem de maiores argumentos, carecem de fundamentação teórica e histórica. Sua defesa é meramente sentimental, irracional, e num certo sentido, ideológica, pois como já pondera o historiador mineiro João Camilo de Oliveira Torres, toda ideologia carrega consigo, primordialmente, uma carga de carácter meramente emocional. Portanto, o nacionalismo brasileiro é nosso inimigo. Aqueles que têm honestidade precisam buscar reavaliar, com base na razão, os seus posicionamentos anti separatistas. Existem outros movimentos separatistas em outros estados ou até mesmo em São Paulo? O separatismo no Brasil ressurgiu com muita força após a redemocratização do país, e em especial no início da década de 90. Em São Paulo o movimento moderno mais antigo é o MSPI, fundado em 1992, pelo jurista João Nascimento Franco. Já nos anos 2000 surgiram outros movimentos, sempre se utilizando desta importante ferramenta que é a internet. No Sul temos hoje como maior movimento “O Sul é o meu País”, presidido atualmente pelo catarinense Celso Deucher. Curioso foi ter notado o surgimento, também na internet, embora não só nela, de um forte espírito separatista no Estado do Rio de Janeiro. Isso se deu após a questão da divisão dos royaltes do Pré Sal. Em São Paulo atualmente o mais ativo movimento separatista é o MSPI, que realiza reuniões públicas periodicamente, divulga sempre as suas atividades e convida mais pessoas a realizarem ações por São Paulo. Existem outros movimentos que soubemos, tiveram início como a Liga Paulista pela autonomia, coordenada pelo senhor Roberto Tonin, mas que ao que parece encontra-se em standby, além do MRSP, que tem sua atuação hoje restrita apenas a internet. Aos interessados, o que é preciso fazer para se juntar e cooperar com a causa? O MSPI conta apenas com o trabalho voluntário dos seus ativistas. Ninguém aqui recebe nenhum dinheiro pelo que faz por São Paulo. Nossa obra é uma obra de amor pela Pátria Paulista. Quem compartilhar desse mesmo amor basta acompanhar nossas atividades, que são públicas e sempre divulgadas na internet, em nossa página oficial, grupo e site. Eventualmente fazemos arrecadações para cobrir gastos que temos, mas todas são de carácter voluntário e esporádico. Logo, para participar, basta estar disposto e nos acompanhar nessa jornada patriótica. https://www.facebook.com/MSPIreal https://www.facebook.com/groups/movimentosaopauloindependente/ https://twitter.com/mspireal movimentomspi@gmail.com http://saopauloindependente.weebly.com/ FONTE:http://guerreiros-paulistas.blogspot.com.br/2014/04/julio-cesar-do-movimento-sao-paulo.html Entrevista concedida pelo professor Júlio Bueno, presidente do MSPI, ao programa "Cueca Apertada", nos estúdios da TV Geração Z, na Avenida Paulista, em Julho de 2014. Apresentadores: José Renato Carollo e Alfredo Rizkallah. |
Objetivo
Espaço específico para reunir todas as notícias que saem na mídia a respeito do Movimento. Todas as postagens contam com link para a matéria original. Arquivo |