Passam- se os segundos, minutos, horas e dias e a história se repete em um ciclo que nunca chega ao fim. Ela se repete sempre para o prejuízo do povo de São Paulo, que insiste, a cada eleição, em deixar-se embalar pelos sonhos de um Brasil soberano, civilizado, humano. Esse Brasil não existe, senão nas propagandas eleitorais e nos delírios de supostos intelectuais que passaram suas vidas idealizando um grande país, projetando no futuro do Brasil todas as glórias que uma nação verdadeiramente desenvolvida poderia alcançar.
Essa história se repete com São Paulo erguendo sua voz contra um governo que possua tendências centralizadoras e anti-federalistas. Assim foi em 1932, quando São Paulo entrou em guerra civil contra o Brasil para poder derrubar o tiranete Getúlio Vargas. Esse mesmo São Paulo, cujo suas elites políticas e econômicas conspiraram a favor do golpe militar de 31 de março de 1964, passou a ser o principal centro irradiador de oposição ao governo militar, expurgado finalmente em 1985. São Paulo também é o foco de combate ao lulo-petismo, durante o período de mais de uma década em que a corja vermelha esteve no comando do governo federal. O Paulista tem um espírito político essencialmente reacionário. Ele reage quando está sob as ordens de um governo que não lhe agrada, notadamente governos revolucionários e com viés centralizador. São enganados, ou se deixam enganar, todos os Paulistas, quando entregam a sua mente e o seu coração à devoção de um novo falso messias que passe a ocupar a cadeira presidencial. O Paulista, novamente, se deixar levar pelo sentimentalismo verde amarelo das movimentações contra o PT e conta a corrupção que acabaram por fermentar o clima que elegeu Jair Messias Bolsonaro. O povo de São Paulo larga a sua bandeira das treze listras para erguer em seu lugar o roto trapo verde amarelo. O embalo com a valsa brasileira os toma. Deixam o seu repúdio ao governo federal (antes um repúdio ao petismo) em favor das loas ao atual presidente e sua equipe. O Paulista é enganado facilmente e demora a irar-se. Num momento como esse ainda permanece amarrado às esperanças suscitadas por um líder carismático, um simples homem que esquenta o trono da presidência da república. Estamos a atravessar a maior crise da história contemporânea, desde a II Guerra Mundial. O momento econômico, político e social que está em emergência não tem precedentes e promoverá, mundo a fora, rupturas graves em países, que passaram ver seus governos tremerem e temerem diante da iminente possibilidade de queda. No Brasil, o desencontro e o atrapalho da presidência de república permanecem sendo o principal agente único da desorganização social. O que nos preocupa, sobremaneira, é a reação do Governo Federal contra São Paulo. Não podemos deixar de dar nome aos bois: é o Brasil contra São Paulo! A guerra do Brasil contra os Paulistas nunca termina! O Executivo Federal tenta, a todo custo, emparedar o Legislativo e Judiciário e os outros dois poderes lutam em conjunto para controlar os ímpetos da presidência da república. Há uma clara desarmonia entre os poderes constituídos. Desarmonia e desordem. Com isso perde a federação, que não vê os seus interesses contemplados, mostrando mais uma vez, o fracasso do modelo político brasileiro. Aqui não estamos colocando a culpa unicamente sobre o presidente da república ou sobre os presidentes e representantes dos outros poderes, mas, antes, mostramos como não há ordem sobre esse país, como reina o imperativo do caos e como São Paulo somente perde, em divisas e em vidas, em permanecendo atrelado à República Federativa do Brasil. Não deixamos aqui de manifestar também as nossas críticas com relação ao senhor João Dória, governador de São Paulo na presente data. Embora esteja tomando as atitudes corretas, de acordo com o consenso médico atual, que prevê o isolamento e quarentena como formas mais eficazes de se combater a proliferação do covid-19, notamos em sua postura um uso claro da imprensa a seu favor, de modo a se destacar como possível candidato à presidência da república em 2022. O momento espera que homens de valor tomem decisões firmes e heroicas para vencer a guerra contra o vírus e não que façam política nem projetem suas carreiras, montados sob uma doença galopante. Se há algum tipo de tramoia internacional, uma verdadeira conspiração entre países e grandes corporações para a disseminação desse vírus, esse é um assunto que a nós não cabe. Paulistas estão morrendo e o governo federal, diante disso, ameaça o confisco de material hospitalar de São Paulo, conforme noticiou a imprensa. Ainda para que não coloquem sobre nós a pecha de tucanos, vai a crítica contra a administração municipal, notadamente no departamento de cultura, que em meio de uma crise sem precedentes quer gastar o precioso dinheiro do contribuinte paulistano para fazer um edital para a promoção de espetáculos em condomínios pela cidade. É um absurdo inominável que isso aconteça e mostra que a cidade se encontra acéfala em seu poder executivo. O que propomos?
Paulistas, ergam suas vozes! É independência ou escravidão!
4 Comentários
Cássio
27/3/2020 07:35:36
Mesmo em um momento assim o poder central não poupa São Paulo , nada mais justo essa nota ,pois se nossas autoridades não defendem São Paulo alguém tem que fazê-lo!
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Carlos Zatti
28/3/2020 11:09:38
A P O I A D O S !
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Luis Fernando Delgado
23/7/2020 15:56:45
Começo a apoiar sinceramente esta ideia.
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Fabiana
8/2/2021 00:14:46
"O rompimento imediato do atual Governo do Estado de São Paulo com o Brasil e declaração unilateral de independência". Mas QUE PIADA. Esse movimento pensa que isto é possivel, dizer "independencia ou morte" e puff.. somos independentes. Muito infantil.
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